A luta por uma sociedade mais justa e solidária não é fácil. Demanda indignação não só com o injusto individual mas principalmente com o injusto coletivo. Exige muito exercício do debate de ideias e propostas e de consenso por políticas públicas que beneficiem o coletivo dos cidadãos, com respeito aos direitos de todos e consciência da obrigações de cada um. A greve é um direito legítimo e visa, a princípio, a conquista de questões pontuais que deve ser negociadas. Porém, a solução dos problemas de um país continental como o Brasil não se fará de forma imediatista e exigirá um novo contrato social, um projeto de gestão elaborado em comunhão com as forças da sociedade civil e executado com responsabilidade e honestidade pela sociedade política, transpassando mandatos e programas partidários de governos, para que seja possível a transformação almejada. É preciso colocar o trem nos trilhos, de forma figurada e de fato, não como contraponto ao transporte rodoviário, mas como parceria e ampliação das possibilidades de transportes de passageiros e cargas, a exemplo do que tem sido feito por diversos países que já vêm traçando há anos, décadas e séculos, estes caminhos de que ora buscamos.
Mundo Afora
Este é um blog de opiniões, impressões, notícias e histórias contadas pelo autor sobre coisas do mundo afora, a partir de suas observações e vivências. Obrigado por passar por aqui. Abraço a todos (é gratis!).
domingo, 27 de maio de 2018
sábado, 26 de maio de 2018
Navios Negreiros nossos de cada dia.
"Navio Negreiro", 1950, de Cândido Portinari. Mais um convite a postar uma obra de arte, agora da Dra. Márcia Carvalho. Uma das representações do Navio Negreiro é a miséria do ser humano no trato com seus semelhantes e o grito de alerta para necessidade de evoluirmos para uma sociedade civilizada onde o respeito e o amor por todos os seres vivos do Planeta sejam sentimentos universais, sem fronteiras, consciente, sem necessidade de leis que os determines. Há, no entanto, um longo caminho a percorrer em busca da civilização desejada e possível. Aproveito para prestar minhas homenagens também a Castro Alves, poeta condoreiro, que enxergou das alturas de sua consciência a luta de seres humanos, privados de sua liberdade, pela sobrevivência.
domingo, 20 de maio de 2018
O direito de colocar suas bandeirinhas na fachada.
"Fachada embandeirada" (1954) de Alfredo Volpi. Respondendo o "post" no Facebook, da Dra. Kenarik Boujikian, que solicitou a publicação de uma obra de arte diferente para cada amigo que curtiu a publicação. Porque "ver coisas bonitas faz bem pra alma". O artista indicado para mim foi Alfredo Volpi. Escolhi esta porque Volpi é conhecido principalmente pelas bandeirinhas e nesta obra elas estão postas sobre a fachada de uma moradia, bem e direito fundamental à toda humanidade. Por mais moradias dignas para que todos tenham o direito de colocar suas bandeirinhas na fachada.
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
Indispensável história de Zuzu.
Há tempos o cinema nacional tem surpreendido pela qualidade técnica, artística e pela seriedade com que trata as questões que aborta, seja em forma de drama, romance, aventura ou comédia. Assisti Zuzu Angel neste final de semana e o recomendo. Filme indispensável, principalmente nestes novos tempos de políticos e empresários explicitamente corruptos e de uma sociedade civil desorganizada, confusa e desinformada, arrebanhada pela classe hegemônica que, também corrupta em sua rotina diária apesar da aparência de cidadãos de bem, mantem o "status quo" e seus privilégios, trocando os mandatários e legisladores do país a seu bel interesse. Fica a sugestão do filme (2006, direção de Sérgio Rezende, com os atores, Patrícia Pillar como Zuzu Angel e Daniel de Oliveira como Stuart Angel) e também do livro (autores: Sergio Rezende e Marcos Bernstein, editora: Imprensa Oficial - SP (IMESP, coleção: Aplauso Cinema Brasil). Bom divertimento todos!
domingo, 4 de dezembro de 2016
Geni e as "pessoas de bem(s)"
Leticia, numa manhã de domingo, teve a infelicidade de passar perto de uma manifestação contrária àquela que, na sua liberdade de opinião, apoia. Tomados pelo sono da razão, seus ex-adversos se permitiram expressar, com veemência, o quarto pecado capital, em total dissonância com o bom e saudável debate, soltando os cachorros da ira sobre a atriz, chamando-a - sem qualquer vergonha - de "puta"! Puta? Ofensa gratuita e desnecessária. Triste ver que estas "pessoas de bem(s)" seguem apedrejando as Genis até precisarem dela, por um dia que seja, para lavarem seus uniformes verde-amarelos, sujos de "marrom" por um aliado descuidado, e depois voltam a cuspir em sua cara, a vomitar-lhe 'puta' ou um coro de "vai tomar no cú" e outras ofensas de suas pequenas cabeças repletas das mais perversas desinteligencias do mundo, e ainda, vertidos das "cores da moral e dos bons costumes".
domingo, 13 de dezembro de 2015
Metades de min!
METADE, Osvaldo Montenegro.
Que a forma do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio,
que a morte de tudo em que acredito,
não me tape os ouvidos e a boca,
porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é o silêncio,
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
não me impeça de ver o que anseio,
que a morte de tudo em que acredito,
não me tape os ouvidos e a boca,
porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é o silêncio,
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher que amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com
fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimentos
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
e que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos
suportável
que o espelho reflita em meu rosto num doce sorriso
que eu me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui
a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples
alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor e a outra metade também."
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Rembrandt van Rijn e eu.
Há 407 anos, em 15 de julho de 1606, nascia o pintor holandês Rembrandt.
O artista barroco, falecido em 1669, foi autor de centenas de obras entre
pinturas, gravura e desenhos, com destaque os quadros "Ronda Noturna"
e “Lição de Anatomia do Dr. Nicolaes Tulp”, que estão no acervo do Museu
Nacional de Amsterdam. No Metropolitan Museum de Nova Iorque tive a oportunidade de apreciar a obra "Retrato de Gerard de Lairesse", de fato impressionante (foto). O trabalho de Rembrandt,
o mestre das luzes, é marcado pelo contraste entre o claro e escuro, luzes e
sombras, que dão um tom dramático à suas obras. E aproveitando este tom
dramático, não posso deixar de referenciar uma coincidência na história da
arte, entre a pintura de Rembrandt, “Lição de Anatomia do Dr.
Nicolaes Tulp”, de 1632, e a foto de Freddy Alborta (1932-2005) que mostra Che
Guevara morto pelo exército boliviano em outubro de 1967. De um lado, o retrato
da busca pelo conhecimento científico e seu desenvolvimento, através da investigação da anatomia
humana. Por outro, o retrato do conservadorismo político (também social e
econômico) que retarda a evolução humana em detrimento do privilégio de alguns.
A arte, em todas as suas formas, traduz a vida das pessoas e o mundo em que
vivemos, e merece ser incentivada e popularizada para que toda e qualquer
pessoa (não só os críticos de arte, colecionadores e uma elite privilegiada) possam observá-la e dela extrair toda sua
essência e seus conhecimentos libertadores.
domingo, 9 de junho de 2013
Minha passagem pelo DEOPS?!
Meu
amigo Aluísio publicou em sua página pessoal de uma rede social, fotos de um
passeio que fez pela manhã deste domingo no centro de São Paulo. Em seu
registro fotográfico encontram-se fotos do Memorial da Resistência, instalado
no antigo prédio do DEOPS-SP (Departamento Estadual de Ordem e Política
Social/SP, usado intensamente como instrumento de repressão da ditadura militar
instaurada em 64, criado em 1924 e extinto em 1983).
Cidadão consciente e consequente que é este meu amigo, identifica as
fotos com o objetivo de esclarecer a seus interlocutores da rede social o que
aquele local representa na história do Brasil. Vendo estas fotos, me veio na
memória uma passagem vivida por mim neste antigo prédio que se localiza nas
imediações da Estação da Luz, em São Paulo. Não tive o dissabor de sofrer
diretamente as violentas agressões da ditadura, como muitos tiveram. A minha
passagem pelo DEOPS foi por outra razão, mas não deixou de provocar em mim uma
sensação desagradável. No ano de 1982 estive neste prédio para tirar meu
primeiro passaporte e autorização para viajar para fora do país. Ainda se
respirava lá dentro um ar denso e sufocante... o clima de repressão exarado no
ar, intensificado pelas paredes escuras no interior do prédio (é assim que me
lembro do local) e pelo trato autoritário costumeiro dos funcionários,
provocava nos cidadão e cidadãs ali presentes uma sensação de medo e insegurança.
Ao ver um casal se beijando - ressalte-se, comportadamente - um funcionário
lhes aplicou publicamente um sonora e estérica bronca na "defesa da
moralidade"! Vivíamos ainda sob o Governo Militar de Figueiredo (1979 à
1985), o último desta era. Iniciava-se um período de transição que teria seu
ápice com o Movimento das Diretas Jà e seria coroado com a sucessão do Governo
militar por um Governo civil, não obstante tenha este ficado nas mãos de
Sarney, por um "golpe do destino". Fico pensando: se o clima neste
período (1982) era assim, imagine antes, em 1964... em 1969... em 1973, enfim
nas duas décadas de repressão. Foi um período triste na história do Brasil e de
muitos brasileiros e estrangeiros aqui residentes. Meus pais viveram
intensamente este período. Resistiram e sobreviveram aos trancos e barrancos
para ajudar garantir às gerações futuras, a memória destes
tempos ruins e as conquistas para superá-los , para que eles jamais se repitam.
Com estas memórias, saúdo a todos que lutaram de um jeito ou de outro e
resistiram à repressão, a ditadura e que hoje continuam lutando pessoalmente ou
através das atuais gerações por um mundo de respeito, de solidariedade, de
igualdade, enfim, de paz para todos
Sugestão de site para conhecer mais:
http://www.memorialdaresistenciasp.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8&Itemid=14
Sugestão de site para conhecer mais:
http://www.memorialdaresistenciasp.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8&Itemid=14
sábado, 2 de fevereiro de 2013
sábado, 29 de setembro de 2012
Falando Grego!
A Defensoria
Pública do Estado de São Paulo foi criada por Lei Complementar Estadual na data
de 9 de janeiro de 2006. Desde então se iniciaram hercúleos trabalhos para sua efetiva
construção. Pois bem, nos últimos seis anos, eu fui Coordenador da Regional de
Ribeirão Preto, com a missão de assentar as bases da Instituição nesta cidade e
Região. Muita coisa foi realizada, das mais difíceis às mais fáceis, das mais
complexas às mais simples, sempre com muita garra e dedicação. Sempre primando
pela transparência, pela valorização de cada uma das pessoas que conosco
trabalharam e pela participação democrática de todos nos processos de decisão.
Tudo isto, apesar do intenso estresse, com muita espiritualidade. Um exemplo disso, que parece uma bobagem, mas é
significativo na sua simplicidade, foi a história do “será que estou falando
grego?”. Em um determinado momento, os Defensores pleitearam a instalação de uma
divisória, com uma porta, separando o corredor do primeiro andar, que dava
acesso as suas salas de trabalho, pois muitos “estranhos” desavisados, que
circulavam pelo prédio público, acabavam por adentrar nas salas interrompendo
frequentemente o trabalho dos Defensores e estagiários e, em tese, colocando em
risco a segurança destes e dos processos e documentos que ali estavam sendo
manuseados ou guardados. Pois bem, a divisória foi colocada, com a devida porta
de acesso, que passou, então, a ficar constantemente aberta devido ao fluxo de
Defensores, estagiários e demais funcionários administrativos, o que não fazia
qualquer sentido considerando o motivo pelo qual ela foi instalada. A porta
aberta continuou permitindo, embora de forma reduzida, a entrada de qualquer
pessoa que circulasse pelo prédio. Como Coordenador fiz, então, inúmeros
pedidos verbais, por escrito, pessoais, coletivos, e nada da bendita porta
permanecer fechada. Então parei e pensei: “estou falando grego?!”... não, estou
falando português! ... Então é aí que está o problema! Pesquisei na internet um tradutor de português para
grego e redigi a seguinte frase: “Favor manter a porta fechada. Muito obrigado”.
Imprimi e coloquei um cartaz em cada lado da porta. Sentei-me no hall de entrada e passei a observar.
Cada um que passava, olhava o cartaz e nada entendia. Olhava mais atentamente e
no rodapé da página estava a tradução, em letras bem pequenas. As pessoas riam,
passavam e fechavam a porta. A partir daí, uma foi mostrando para a outra e
então, depois de algum tempo, a porta passou a permanecer fechada e a
circulação de pessoas estranhas definitivamente parou de ocorrer. Pois então,
quando você estiver falando português e as pessoas não te ouvirem, busque
inspiração na história antiga, tome uma decisão
filósofo-democrática. Falando grego, todo mundo se entende!
P.S. Tradutor usado: http://webtranslation.paralink.com/translator/default.asp
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Há 22 anos o Brasil ratificava a Convenção sobre os Direitos das Crianças.
Direitos Humanos: construção da liberdade e da igualdade. São Paulo. Grupo de Trabalho de Direitos Humanos. Centro de
Estudos da Procuradoria Geral do Estado, 1998.
Gravura de Francisco Goya, publicado na Espanha, em 1799.
Gravura de Francisco Goya, publicado na Espanha, em 1799.
"Consagrando o princípio do reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos inalienáveis, de igualdade e liberdade, proclamados na Carta das Nações Unidas, de 1945, bem como, com o escopo de proteger a infância e promover a assistência especial à criança, nos termos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 10 de dezembro de 1948, objetivando sua formação plena como cidadão conseqüente e responsável, foi redigida a Convenção sobre os Direitos da Criança, adotado pela Resolução n. L 44 (XLIV) da Assembléia Geral das Nações Unidas, em 20 de novembro de 1989, e ratificada pelo Brasil em 24 de setembro de 1990."
Leia o artigo de Victor Hugo Albernaz Júnior e Paulo Roberto Vaz Ferreira através do link:
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Mensagem à Comuna da Terra “Mário Lago.
Neste 9º aniversário da Comuna da Terra “Mario
Lago”, lhes deixo esta mensagem como verdadeira expressão de minha admiração
pela luta que empreendem diariamente e que creio será, passo a passo, sucedida.
Sou Defensor Público e trago-lhes um poema que
fala de Justiça. Um poema escrito por Bertold Brecht, poeta de
origem alemã cuja luta política em favor do povo ultrapassou as fronteiras de
seu país e se tornou universal.
São trechos do começo e do fim do poema, e espero
que se sintam provocados positivamente para lerem o restante deste poema e
muitos outros mais deste autor.
Ele diz assim:
"A
justiça é o pão do povo.
Às vezes bastante às vezes pouca.
Às vezes de gosto bom, às vezes de gosto ruim.
Quando o pão é pouco, há fome.
Quando o pão é ruim, há descontentamento.
Fora com a justiça ruim!
(...)
Assim como o outro pão
Deve o pão da justiça,
Ser preparado pelo povo.
Bastante, saudável, diário."
A luta pela ocupação e pelo uso democrático da terra deve ser digna, fundada
nos princípios constitucionais de Direitos Humanos e do Estado Democráticos de
Direito que regem nosso país.
Vejam que falo em Princípios e em Direitos, e não simplesmente em leis, pois as
leis nem sempre são justas, as leis nem sempre são democráticas.
Por isso a necessidade da luta diária, sempre
coletiva, sempre pensada e organizada, pacífica e focada sempre na busca do
melhor dos pães, na busca da melhor das justiças, na busca de uma vida mais
saudável para todos.
Há dias de luta. Há momentos de descanso dos
guerreiros e guerreiras. Há a retomada diária da luta diante das derrotas
sofridas. Mas há a comemoração das vitórias como a que fazemos hoje, e a
renovação da esperança por um mundo melhor para todos nós.
Parabéns! E viva a Comuna da Terra “Mário Lago”!
Grande abraço a todos.
Victor Hugo Albernaz Júnior
terça-feira, 7 de agosto de 2012
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Pilhas Usadas. Seu lugar não é no lixo comum!
No dia a dia não temos noção do
quanto de lixo que produzimos. Mas se você fizer a coleta seletiva e observar periodicamente
este lixo ao fazer o descarte adequado, ficará impressionado. Jogar fora, por
exemplo, uma pilha ou uma bateria qualquer, parece não ter a menor
importância... Mas tente separá-las em um lixo próprio durante certo tempo, e
começará a ver a diferença. Observe a foto postada... São pilhas usadas, de uso
doméstico, que selecionei durante uns dois ou três anos. Hoje as depositei em
um coletor próprio para receber este material, que será encaminhado para o
descarte e reciclagem adequados. Porém, não é preciso ficar colecionando pilhas
usadas durante tanto tempo para saber que é necessário descartá-las de forma adequada,
ou seja, para saber que NÃO DEVEMOS JOGÁ-LAS NO LIXO COMUM, mas sim nos
recipientes próprios, mesmo que seja uma única pilha usada. As pilhas, como as
vemos, podem se degradar na natureza, mas os materiais de que elas são feitas ficarão
no meio ambiente indefinidamente, provocando a contaminação do solo, da água e
do ar, elementos que estão presentes nas plantações de grãos, vegetais e
frutas, nos pastos que alimentam animais que por sua vez se tornam alimentos
para grande parte dos seres humanos, nos rios, lagos e lençóis freáticos que nos
fornecem água para beber, no ar que respiramos. Conhecemos histórias de bairros
inteiros de casas construídas sobre antigos lixões. Uma pilha jogada na rua ou
em um terreno baldio ou as margens de um córrego urbano (a maioria já tão sujo
de lixo!) ficará ali por anos, exarando seus elementos químicos outrora manipulados
pelo homem e que agora só servem a contaminar e desequilibrar a Natureza,
lembrando que dela é parte os seres humanos. Portanto, antes de jogar uma pinha
fora, ou uma bateria de relógio ou de celular, pense - dialeticamente - nas consequências
deste “simples” ato. Além disso, a redução do consumo exagerado e desnecessário
também contribuirá para um Mundo mais limpo e saudável. Pense nisto e pratique
no seu dia a dia.
Legislação pertinente no Estado de São Paulo:
domingo, 6 de maio de 2012
Acessibilidade: Um direito garantido.
O direito das pessoas com deficiência está na Constituição e nas leis infraconstitucionais,
mas deve estar principalmente na consciência e no sentimento de todas as
pessoas. A Lei garante a igualdade de tratamento às pessoas com deficiência, o
que não poderia ser diferente em uma sociedade que se espera solidária e
consequente, bem como num país gerido por um direito qualificado pela natureza
democrática. As dificuldades que as pessoas com deficiência têm para interagir
no meio social em razão da natureza de sua situação física ou mental têm devem
ser superadas e amenizadas tanto no âmbito de responsabilidade do Poder Público
como no do particular. Tudo que for possível fazer para organizar a estrutura
física para que estas pessoas possam ter acessibilidade aos serviços oferecidos
precisa e deve ser feito. Em todos os casos em que houver estas dificuldades ou
falta de acessibilidade, a Defensoria Pública ou o Ministério Público podem ser
acionados para providências jurídicas buscando a efetividade destes direitos,
desde de as vias extrajudiciais, como notificações, até as judiciais, como as
Ações Civis Públicas.
Para ver a reportagem veiculada no Jornal SP Recorde - ao vivo - de 1º de maio de 2012, clique no link abaixo:
http://www.recordribeiraopreto.com.br/novo/servicos/noticias_videos.asp?id=10565
domingo, 8 de abril de 2012
sexta-feira, 9 de março de 2012
Defensoria Pública voltou a vistoriar o Terminal Rodoviário de Ribeirão Preto
A Defensoria Pública vem
questionando desde maio de 2011 a ausência ou falta de efetividade de instrumentos
e mecanismos de acessibilidade na rodoviária de Ribeirão Preto. Na data desta
reportagem a instituição voltou ao local para realizar mais uma vistoria após
providências iniciais de pedido de informações e providências, e posterior
notificação extrajudicial, bem como após realização de duas reuniões com a
concessionária responsável pela administração do terminal na qual esta se
comprometeu em regularizar as varias situações de falta ou deficiência de
acessibilidade. Observa-se que a acessibilidade em questão refere-se tanto a
pessoas com deficiência, sejam estas permanentes ou temporárias, bem como a pessoas
idosas, gestantes e mulher com crianças de colo. Algumas das providências
solicitadas foram realizadas pela concessionária, como melhoria da sinalização
aos usuários, colocação parcial de pisos táteis, colocação de corrimãos e construção
e reparo de calçadas por onde têm acesso diversos usuários, eliminação de
trechos que eram utilizados para embarques que não ofereciam segurança e
acessibilidade necessária aos vários tipos de usuários, retiradas de obstáculos
do saguão central que melhorará a circulação e a segurança do local. Porém
muitas outras coisas ainda estão pendentes de realização ou conclusão, colo a
colocação de assentos no saguão central e a reforma da plataforma elevatória
que dá acesso ao terminal de embarque suburbano, sendo esta última uma das
principais reivindicações da Defensoria Pública uma vez que o mecanismo existência
não oferece segurança e efetividade de uso para pessoas com deficiência,
idosos, gestantes e pessoas com crianças de colo. A Defensoria continuará
cobrando a finalização da execução destas providências, com a celeridade necessária
e possível, não vislumbrando, por ora, a necessidade de ingresso com uma Ação Civil
Pública, sem, é claro, descartar este instrumento jurídico que já demonstrou
ser efetivo na ocasião em que pleiteou, da própria administradora da
rodoviária, a disponibilização de banheiros públicos gratuitos, tempos antes da
promulgação de lei paulista que garante este direito.
Para ver a reportagem veiculada no Jornal da Clube, clique no link abaixo:
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
STF julga inconstitucional a obrigatoriedade do convênio entre Defensoria Pública e OAB/SP
O Supremo Tribunal Federal julgou nesta
quarta-feira (29/2) ser inconstitucional o caráter obrigatório do convênio
entre a Defensoria Pública de SP e a Subseção da OAB no Estado.
O julgamento decorre da ação direta de inconstitucionalidade nº 4.163, proposta em 2008 pelo então Procurador-Geral da República, Antonio Fernando Barros e Silva de Souza.
A ação atacava os artigos 109 da Constituição do Estado de São Paulo e 234 da Lei Complementar Estadual nº 988, que prevêem a obrigatoriedade de realização de convênio entre a Defensoria e a OAB/SP para que Advogados privados forneçam serviço de assistência judiciária gratuita em caráter suplementar, mediante remuneração com recursos públicos.
“A decisão não coloca em risco a continuidade do serviço de assistência jurídica gratuita no Estado. O STF reconheceu que a Defensoria pode formular convênios também com faculdades de direito e outras entidades, rechaçando a ideia de que a OAB possui direito a um monopólio nos locais onde não conseguimos atuar”, diz Davi Eduardo Depiné Filho, 1º Subdefensor Público-Geral. “De qualquer modo, o trabalho realizado pelos Advogados conveniados tem sido importante para a universalização desse serviço e a Defensoria pretende manter o convênio em vigor, em comum acordo com OAB/SP”.
A Defensoria paulista defendeu ser infundado o entendimento de que a OAB-SP possui direito a um monopólio na elaboração de convênio com a instituição. Para a instituição, a autonomia administrativa garantida pela Constituição à Defensoria Pública confere-lhe a prerrogativa de celebrar convênios com outras entidades, com o objetivo de otimizar a gestão dos recursos públicos e buscar o fornecimento de um serviço público mais eficiente, sempre observando os princípios que regem a administração pública – como moralidade, legalidade, economicidade, entre outros.
A decisão foi unânime - apenas o Ministro Marco Aurélio de Mello consignou voto em separado, pois entende que, de acordo com a Constituição Federal, as Defensorias Públicas devem ser plenamente estruturadas e que, por isso, qualquer delegação de suas atribuições é indevida. Os demais magistrados seguiram o entendimento de que a Defensoria possui liberdade para formular convênios com a OAB e outras entidades, prerrogativa que não pode ser transferida a outros órgãos. O relator do processo foi o Ministro Presidente Cézar Peluso.
A ação
Para a Procuradoria Geral da República, as normas jurídicas estaduais deveriam ser declaradas inconstitucionais em face do art. 134 da Constituição Federal, que dispõe: “A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV”. A ação ressalta que a Defensoria possui autonomia funcional e administrativa e, por isso, não pode ser submetida “às pressões da entidade (OAB) alheia à sua organização”.
Segundo a inicial, “a Defensoria Pública se vê compelida a atender, por determinação da Constituição Estadual, intermediada por normas ordinárias regulamentares, os propósitos financeiros impostos por entidade externa à sua estrutura, comprometendo assim a sua autonomia funcional e administrativa. Diminuindo seu papel essencial à função jurisdicional do Estado, a instituição tem sua gestão retraída para que a Ordem assuma, não só sob o monte financeiro, mas gerencial mesmo, a política de defesa dos interesses jurídicos dos necessitados”.
A ação dizia ainda que “a Ordem toma para si a designação dos profissionais que deverão atender o público, como ainda está obrigada a realizar rodízio – dando chance a que mais advogados se valham dessa composição-, numa nítida confissão do interesse corporativo que se desenha nesse cenário”. A ação foi defendida em plenário pela Vice-Procuradora Geral da República, Deborah Duprat.
A Defensoria Pública de SP e a Associação Nacional de Defensores Públicos (Anadep) atuaram no processo a título de amicus curieae – entidades admitidas a se manifestarem, diante do interesse institucional em seu resultado – e reforçaram os argumentos pela procedência da ação.
A Defensora Pública Daniela Sollberger Cembranelli realizou sustentação oral representando a instituição. "O convenio foi celebrado há mais de 20 anos, em tempo de silêncio constitucional sobre a Defensoria Pública, criada apenas em 2006". Ela disse que o modelo atuou engessa a gestão da Defensoria Pública e impede seu crescimento. "Sua perpetuação não pode ser chancelada pelo STF".
Ela ressaltou também que a Defensoria promove uma assistência jurídica global e diferenciada ao modelo de convênio, pois os Defensores atuam na área extra-judicial e de educação de direitos, além de contar com quadro de apoio multidisciplinar, conforme previsão de sua Lei Orgânica.
O Advogado constitucionalista Luís Roberto Barroso representou a Anadep. Para ele, "a questão trazida para julgamento é extremamente simples. Quem dera a vida fosse tão simples assim - diz respeito ao próprio conceito de convênio. Espero ser capaz de demonstrar que não existe lógica jurídica possível a sustentar a idéia de um convênio obrigatório. Além disso, trata-se de uma realidade que não se conforma com o desenho constitucional do modelo de Defensoria Pública autônoma".
Saiba mais
A Constituição Federal prevê que o atendimento jurídico à população carente deve ser feito pela Defensoria Pública, uma instituição autônoma e formada por membros com dedicação exclusiva, selecionados após rigoroso concurso público. Em SP, a Defensoria foi criada no ano de 2006. Atualmente, conta com um quadro de 500 Defensores Públicos e atua em 29 cidades no Estado.
Como o quadro não é suficiente para atender toda a demanda, Advogados privados interessados são credenciados para a realização desse serviço. Atuam, em caráter suplementar, nas cidades onde a Defensoria não possui unidades próprias, sendo remunerados com recursos da própria Defensoria.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Justiça Federal afasta exclusividade da OAB na celebração de convênios com a Defensoria Pública
Em sentença proferida na última
quinta-feira (15/12) e disponibilizada publicamente na manhã desta segunda
(19/12), a 13ª vara cível da Justiça Federal julgou improcedente mandado de
segurança impetrado pela OAB/SP, que visava suspender ato da Defensoria Pública
do Estado de São Paulo voltado a convocação direta de advogados pela
instituição para a prestação de assistência judiciária suplementar.
INTEGRA DA DECISÃO:
http://www.apadep.org.br/artigos/Mandado%20de%20Seguranca%200018139-33.2008.4.03.6100.pdf/view
http://www.apadep.org.br/artigos/Mandado%20de%20Seguranca%200018139-33.2008.4.03.6100.pdf/view
sábado, 24 de dezembro de 2011
"A OAB e a Defensoria Pública"
"A OAB e a Defensoria Pública"
Editorial do Estadão de 24 de dezembro de 2011
"(...) Além de considerar o convênio oneroso para os cofres públicos, os críticos do projeto acusam a OAB de tentar perpetuar um modelo de assistência judiciária que atende mais às necessidades de advogados sem clientela do que as pessoas por eles assistidas e lembram que os Defensores, além de concursados, trabalham em regime de dedicação exclusiva - o que não ocorre com os advogados conveniados. (...)"
Leia na íntegra:
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-oab-e-a-defensoria-publica-,814835,0.htm
Editorial do Estadão de 24 de dezembro de 2011
"(...) Além de considerar o convênio oneroso para os cofres públicos, os críticos do projeto acusam a OAB de tentar perpetuar um modelo de assistência judiciária que atende mais às necessidades de advogados sem clientela do que as pessoas por eles assistidas e lembram que os Defensores, além de concursados, trabalham em regime de dedicação exclusiva - o que não ocorre com os advogados conveniados. (...)"
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http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-oab-e-a-defensoria-publica-,814835,0.htm
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