No dia 11 de agosto se comemora o dia do advogado. A data tem origem na instituição do primeiro curso de direito do Brasil, em São Paulo, no ano de 1827, por decreto do Imperador D. Pedro I. A tradição do “pindura” sugiu com a comemoração realizada pelos estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, que, na época, eram agraciados com refeições gratuítas oferecidas pelos donos dos restaurantes próximos à Instituição. O evento terminava com um discurso de um dos eloqüentes estudantes de direito, ressaltando a importância do curso de direito e exaltando as qualidades do estabelecimento que os acolhido. Há relatos que nestes discursos, os estudantes se comprometiam a retornar ao estabelecimento, depois de formados, para pagar pela refeição, em gratidão à cortesia recebida. Passado algum tempo o “pindura” cai em desuso, mas logo nos anos 40 (do século passado!) a tradição foi retomada por iniciativa de estudantes de direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, e desde lá permaneceu até os dias de hoje, não obstante nem sempre de modo cordial e pacífico como na sua origem. Atualmente, podemos dizer que o “pindura” é feito basicamente de três maneiras: da forma tradicional (possivelmente a menos comum); o “pindura” diplomático (previamente combinado, que parece ser o mais usado utilmamente para se evitar maiores confilitos!); e o “troglodita” (que consiste em comer, beber e sair correndo debaixo de “tapas e beijos”, quando não termina em “reunião” na delegacia!). No ano de 1986, a XXV Turma de Direito da Faculdade “Laudo de Camargo”, de Ribeirão Preto, organizou, através de seu Diretório Acadêmico “1º de Setembro”, um “pindura” tradicional. O presidente do Diretório, Paulo, munido de um ofício contando a história e os propósitos daquele ato, eu e mais 12 outros colegas, todos devidamente trajados de advogados e advogadas, fomos ao sofisticado restaurante Atenas e lá jantamos, servindo-nos de uma das melhores culinárias da cidade e de bons vinhos. Era um dia da semana, onde não havia mais ninguém no restaurante a não ser um outro grupo de estudantes que havia acabado de fazer um “pindura” diplomático. Estavamos quase terminando nossas refeições quando os garçons discretamente trancaram as portas e se posicionaram para, eventualmente, impedir-nos de concluir nosso propósito. Já prevendo que tal poderia ocorrer, previamente entramos em contato com a EPTV-Ribeirão e solicitamos que eles lá comparecessem para reportar o tradicional evento. Foi então que, no exato momento em que fomos questionados pessoalmente por um dos donos do restaurante, chegou a equipe da TV e começou a filmar tudo. Paulo, nosso presidente, se postou frente a todos e leu a mensagem que havia escrito e a entregou ao dono do restaurante, que diante de todos e da imprensa, nada mais pode fazer senão elegantemente acolher a tradição secular dos estudantes de direito, deixando-nos todos exaltados e felizes. Considerando que o dia 11 de agosto também é o dia do garçon, fizemos uma “vaquinha” e pagamos a eles os seus 10%, em homenagem e consideração aos serviços prestados. Este foi o grande e inesquecível dia do “Pindura” da XXV Turma da Faculdade de Direito “Laudo de Camargo”.
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