Quem visitar o Museu do Louvre em Paris e passar inevitavelmente pela sala onde está exposta a Monna Lisa não conseguirá imaginar como a pintura mais famosa do mundo e de valor inestimável pode um dia ter sido furtada. O sistema de segurança atual exigiria uma “missão impossível”. Mas não é o que acontecia em 1919. Neste ano, mais precisamente no dia 21 de agosto, o italiano Vicenzo Peruggi, um suposto funcionário da limpeza, esperou pelo fim do expediente e discretamente retirou a tela de sua moldura, a enrolou, e levou para sua casa, escondendo-a em um baú ou compartimento debaixo de sua cama. O furto somente foi descoberto no dia seguinte, deixando todos perplexos, confusos e curiosos. Não adiantou soarem os alarmes, fecharem as portas e deterem e revistarem funcionários e visitantes. A Gioconda já jazia sob a cama de Vicenzo há um bom tempo. As fronteiras da França foram fechadas e as buscas circundaram o Mundo. Recompensas por sua devolução foram oferecidas pelo governo francês e até mesmo pelo jornal Le Figaro. Teorias de conspirações e cumplicidades foram arquitetadas até mesmo contra o pintor e escultor espanhol Pablo Picasso e o escritor e crítico francês Guillaume Apollinaire. Nada disso fez com que a bella dona reaparecesse! E assim permaneceu por dois anos, até que Vicenzo, já de volta à Itália, ingenuamente tentou vende-la ao marchand florentino Alfredo Geri que certamente denunciou o negócio resultando na prisão daquele. Vicenzo, que não era considerado um ladrão profissional, justificou que pretendia devolver a obra a seu verdadeiro país, pois havia sido, na verdade, roubada por Napoleão Bonaparte que a havia levado para a França! Ele foi processado e condenado a uma pena final de sete meses. O mais curioso de tudo é que durante o período em que Monna Lisa ficou ausente do Louvre, filas e filas de franceses e visitantes estrangeiros se formavam para ver a parede vazia onde estava a pintura! A grande fama e admiração que envolve o quadro de Leonardo da Vinci certamente tomaram vulto a partir deste episódio. Bem, mas o fato é que se alguém for visitar o Museu do Louvre em Paris e não vir a Monna Lisa, ou “não terá realmente visitado o Louvre” ou ... ela terá sido furtada novamente!
Este é um blog de opiniões, impressões, notícias e histórias contadas pelo autor sobre coisas do mundo afora, a partir de suas observações e vivências. Obrigado por passar por aqui. Abraço a todos (é gratis!).
sábado, 21 de agosto de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Abraço gratis!
Um dia, o cidadão australiano Juan Mann, que vivia em Londres, resolveu voltar para casa, pois as coisas não estavam indo bem para ele no velho continente. Ao desembarcar em Sidney, observou os outros passageiros sendo recepcionados por parentes e amigos, com abraços, beijos e sorrisos. Mas não havia ninguém esperando por ele, ninguém para abraçá-lo e acolhe-lo, e era o que ele mais precisava naquele momento, por tudo que estava passando. Sentiu-se um estrangeiro em sua própria terra. Retornando da Inglaterra, provavelmente se lembrou da música dos Beatles, “All you need is Love!” e pensou: “algumas vezes, um abraço é tudo que precisamos!”. Em um momento de feliz inspiração, e motivado pelos mais profundos e sinceros sentimentos de carência humana, pegou um pedaço de cartolina e escreveu dos dois lados as palavras FREE HUGS, ou seja, ABRAÇO GRATIS, e foi para uma movimentada rua de sua cidade, levantando o cartaz para que todos os passantes o vissem. Algum tempo se passou e muitas pessoas por ele passaram sem prestar-lhe a atenção ou achando aquela atitude estranha ou ainda engraçada, até que uma pessoa parou diante de Juan e lhe confidenciou como aquele dia estava sendo especialmente triste para ela, pela lembrança de um ente querido falecido um ano antes, e o quanto seria bom um abraço confortante naquele momento. Foi então que eles se abraçaram e trocaram “gratuitamente”, com sinceridade e respeito, os afetos que precisavam naquele momento. Muitas outras pessoas, vendo tal ato, vieram ao encontro de Juan e o abraçaram, e se abraçaram entre si, confraternizando-se. A partir dai Juan passou a promover uma campanha, considerada polêmica por alguns, mas sem dúvida emocionante, que tomou vários cantos do mundo com o intuito de levar e trazer momentos de conforto à vida das pessoas com um simples gesto sincero – o abraço grátis!
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
O “Pindura” da XXV Turma da Faculdade de Direito ‘Laudo de Camargo”
No dia 11 de agosto se comemora o dia do advogado. A data tem origem na instituição do primeiro curso de direito do Brasil, em São Paulo, no ano de 1827, por decreto do Imperador D. Pedro I. A tradição do “pindura” sugiu com a comemoração realizada pelos estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, que, na época, eram agraciados com refeições gratuítas oferecidas pelos donos dos restaurantes próximos à Instituição. O evento terminava com um discurso de um dos eloqüentes estudantes de direito, ressaltando a importância do curso de direito e exaltando as qualidades do estabelecimento que os acolhido. Há relatos que nestes discursos, os estudantes se comprometiam a retornar ao estabelecimento, depois de formados, para pagar pela refeição, em gratidão à cortesia recebida. Passado algum tempo o “pindura” cai em desuso, mas logo nos anos 40 (do século passado!) a tradição foi retomada por iniciativa de estudantes de direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, e desde lá permaneceu até os dias de hoje, não obstante nem sempre de modo cordial e pacífico como na sua origem. Atualmente, podemos dizer que o “pindura” é feito basicamente de três maneiras: da forma tradicional (possivelmente a menos comum); o “pindura” diplomático (previamente combinado, que parece ser o mais usado utilmamente para se evitar maiores confilitos!); e o “troglodita” (que consiste em comer, beber e sair correndo debaixo de “tapas e beijos”, quando não termina em “reunião” na delegacia!). No ano de 1986, a XXV Turma de Direito da Faculdade “Laudo de Camargo”, de Ribeirão Preto, organizou, através de seu Diretório Acadêmico “1º de Setembro”, um “pindura” tradicional. O presidente do Diretório, Paulo, munido de um ofício contando a história e os propósitos daquele ato, eu e mais 12 outros colegas, todos devidamente trajados de advogados e advogadas, fomos ao sofisticado restaurante Atenas e lá jantamos, servindo-nos de uma das melhores culinárias da cidade e de bons vinhos. Era um dia da semana, onde não havia mais ninguém no restaurante a não ser um outro grupo de estudantes que havia acabado de fazer um “pindura” diplomático. Estavamos quase terminando nossas refeições quando os garçons discretamente trancaram as portas e se posicionaram para, eventualmente, impedir-nos de concluir nosso propósito. Já prevendo que tal poderia ocorrer, previamente entramos em contato com a EPTV-Ribeirão e solicitamos que eles lá comparecessem para reportar o tradicional evento. Foi então que, no exato momento em que fomos questionados pessoalmente por um dos donos do restaurante, chegou a equipe da TV e começou a filmar tudo. Paulo, nosso presidente, se postou frente a todos e leu a mensagem que havia escrito e a entregou ao dono do restaurante, que diante de todos e da imprensa, nada mais pode fazer senão elegantemente acolher a tradição secular dos estudantes de direito, deixando-nos todos exaltados e felizes. Considerando que o dia 11 de agosto também é o dia do garçon, fizemos uma “vaquinha” e pagamos a eles os seus 10%, em homenagem e consideração aos serviços prestados. Este foi o grande e inesquecível dia do “Pindura” da XXV Turma da Faculdade de Direito “Laudo de Camargo”.
domingo, 8 de agosto de 2010
Não se esqueçam da Rosa de Hiroshima!
Memorial da Paz de Hiroshima, chamado Cúpula Genbaku ou Cúpula da Bomba Atómica |
No dia 5 de agosto, uma senhora lembrança de 65 anos, trouxe ao mundo mais um clamor pelo desarmamento nuclear. A cidade japonesa Hiroshima foi desumanizada logo nas primeiras horas daquele dia de 1945 que precedeu oficialmente o fim da II Guerra Mundial, vitima de uma desnecessária e incompreensível experiência atômica. A aeronave norte-americana “Enola Gay”, sob os céus da cidade “inimiga”, simplesmente lançou sobre seus habitantes a bomba “Little Boy”, extinguindo instantaneamente cerca de 140 mil serem humanos. Qual foi a intenção das pessoas que estavam por trás daquela máquina chamada de “alegre” que lançou a morte sobre seus iguais, dentre eles, milhares de “pequenos garotos”? Se não bastassse esta insana demonstração de virilidade bélica, melhor sorte não tiveram os habitantes da cidade de Nagazaki, três dias após, destruída por uma segunda bomba, a "Fat Man", que matou aproximadamente 74 mil pessoas. Em consequência dos ferimentos e da radiação que se instalou nestas cidades, milhares e milhares de outras pessoas morreram ou ficaram defeituosas e geraram (quando não acometidas pela esterelidade) filhos e filhas defeituosos. Enfim, a cerimônia realizada em Hiroshima, no Parque Memorial da Paz, erguido na região do hipocentro da bomba, não é comemorativa, mas sim destinada a lembrar ao mundo que todos seres humanos querem viver em paz e em segurança, e que o uso de qualquer tipo de arma, especialmente, no caso, as nucleares, deve ser banido da cultura da humanidade. A rosa de Hiroshima voltou a ter cor e perfume, e assim deverá ser em todos os cantos do planeta tornando-o um lugar melhor para se viver.
Ney Matogrosso cantando Rosa de Hiroshima, de Vinicius de Moraes
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