segunda-feira, 15 de julho de 2013

Rembrandt van Rijn e eu.

Há 407 anos, em 15 de julho de 1606, nascia o pintor holandês Rembrandt. O artista barroco, falecido em 1669, foi autor de centenas de obras entre pinturas, gravura e desenhos, com destaque os quadros "Ronda Noturna" e “Lição de Anatomia do Dr. Nicolaes Tulp”, que estão no acervo do Museu Nacional de Amsterdam. No Metropolitan Museum de Nova Iorque tive a oportunidade de apreciar a obra "Retrato de Gerard de Lairesse", de fato impressionante (foto). O trabalho de Rembrandt, o mestre das luzes, é marcado pelo contraste entre o claro e escuro, luzes e sombras, que dão um tom dramático à suas obras. E aproveitando este tom dramático, não posso deixar de referenciar uma coincidência na história da arte, entre a pintura de Rembrandt, “Lição de Anatomia do Dr. Nicolaes Tulp”, de 1632, e a foto de Freddy Alborta (1932-2005) que mostra Che Guevara morto pelo exército boliviano em outubro de 1967. De um lado, o retrato da busca pelo conhecimento científico e seu desenvolvimento, através da investigação da anatomia humana. Por outro, o retrato do conservadorismo político (também social e econômico) que retarda a evolução humana em detrimento do privilégio de alguns. A arte, em todas as suas formas, traduz a vida das pessoas e o mundo em que vivemos, e merece ser incentivada e popularizada para que toda e qualquer pessoa (não só os críticos de arte, colecionadores e uma elite privilegiada) possam observá-la e dela extrair toda sua essência e seus conhecimentos libertadores.


domingo, 9 de junho de 2013

Minha passagem pelo DEOPS?!

Meu amigo Aluísio publicou em sua página pessoal de uma rede social, fotos de um passeio que fez pela manhã deste domingo no centro de São Paulo. Em seu registro fotográfico encontram-se fotos do Memorial da Resistência, instalado no antigo prédio do DEOPS-SP (Departamento Estadual de Ordem e Política Social/SP, usado intensamente como instrumento de repressão da ditadura militar instaurada em 64, criado em 1924 e extinto em 1983). Cidadão consciente e consequente que é este meu amigo, identifica as fotos com o objetivo de esclarecer a seus interlocutores da rede social o que aquele local representa na história do Brasil. Vendo estas fotos, me veio na memória uma passagem vivida por mim neste antigo prédio que se localiza nas imediações da Estação da Luz, em São Paulo. Não tive o dissabor de sofrer diretamente as violentas agressões da ditadura, como muitos tiveram. A minha passagem pelo DEOPS foi por outra razão, mas não deixou de provocar em mim uma sensação desagradável. No ano de 1982 estive neste prédio para tirar meu primeiro passaporte e autorização para viajar para fora do país. Ainda se respirava lá dentro um ar denso e sufocante... o clima de repressão exarado no ar, intensificado pelas paredes escuras no interior do prédio (é assim que me lembro do local) e pelo trato autoritário costumeiro dos funcionários, provocava nos cidadão e cidadãs ali presentes uma sensação de medo e insegurança. Ao ver um casal se beijando - ressalte-se, comportadamente - um funcionário lhes aplicou publicamente um sonora e estérica bronca na "defesa da moralidade"! Vivíamos ainda sob o Governo Militar de Figueiredo (1979 à 1985), o último desta era. Iniciava-se um período de transição que teria seu ápice com o Movimento das Diretas Jà e seria coroado com a sucessão do Governo militar por um Governo civil, não obstante tenha este ficado nas mãos de Sarney, por um "golpe do destino". Fico pensando: se o clima neste período (1982) era assim, imagine antes, em 1964... em 1969... em 1973, enfim nas duas décadas de repressão. Foi um período triste na história do Brasil e de muitos brasileiros e estrangeiros aqui residentes. Meus pais viveram intensamente este período. Resistiram e sobreviveram aos trancos e barrancos para ajudar garantir às gerações futuras, a memória destes tempos ruins e as conquistas para superá-los , para que eles jamais se repitam. Com estas memórias, saúdo a todos que lutaram de um jeito ou de outro e resistiram à repressão, a ditadura e que hoje continuam lutando pessoalmente ou através das atuais gerações por um mundo de respeito, de solidariedade, de igualdade, enfim, de paz para todos

Sugestão de site para conhecer mais: 
http://www.memorialdaresistenciasp.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8&Itemid=14

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Superação.



Gabrielle Andersen - Olimpiadas de LA 1984