Nasci em 1965. Cem anos antes, Julio Verne escreveu a saga de tres astronautas rumo à Lua. De la Terre a la Lune conta a história da personagem Michel Ardan, aventureiro francês, que propõe o lançamento de um projétil tripulado rumo à Lua. A proposta lunática seduz dois membros do Gun Club que aceitam o desfio. Os três constroem uma grande cápsula e um enorme canhão balistico para arremessá-la ao espaço. E assim os três aventureiros partem na missão de viajar até a Lua. Não é dessa vez que os impetuosos astronautas aterrisam no satélite natual da Terra, mas a ficção impressiona e encanta e, provavelmente nas décadas que se seguiram, incendiou as mentes brilhantes dos “lunáticos” do mundo inteiro. Em 12 de abril de 1962, o astronauta russo Yuri Gagarin fez o primeiro vôo tripulado por um ser humano ao redor da órbita da Terra. No Natal de 1968, a Apollo 8, nave americana, tripulada por três astronautas, Frank Borman, James Lowell e William Anders, realizou a aventura imaginada por Verne mais de um século antes, circundando a Lua e voltando à Terra. Enfim, em 20 de julho de 1969, há exatos 41 anos, 104 anos depois da aventura de Verne, os astronautas americanos Neil Armstrong, Edwin “Buzz” Aldrin e Michael Collins, tripulando a Apollo 11, chegaram à Lua. Para garantir o retorno à Terra, Collins, piloto do Módulo de Comando, manteve-se estrategicamente em órbita há cerca de 100 quilometros do satélite natural. Enquanto isso, o Módulo Lunar “Eagle” pilotado por Aldrin aterriza na Lua. “Buzz” comunica a Houston: “a águia pousou!” O comandante Armstrong é o primeiro a descer ao solo. A declaração bem ensaiada e cheia de ansiedade: “um pequeno passo para um homem mas um grande passo para a humanidade!”. E neste exato momento eu, com apenas 4 anos de idade, estava em frente a casa de minha tia em São Paulo, junto com meu pai, olhando para o céu. Um morador da vila onde minha tia morava, armou seu pequeno telescópio sobre uma mesa no meio da rua e chamava empolgado a todos para que vissemos o homem descendo na Lua. Eu bem que tentei, por uma ou duas vezes, mas fiquei frustrado pois não conseguia ver nada. Lembro-me que dizia ao meu pai: “não vejo nada, não estou vendo nada!”. Bem que ele tentou me consolar e explicar que com aquele equipamento era impossível ver alguma coisa. De qualquer forma foi emocionante saber que eu estava ali, olhando pra Lua e lá os dois astronautas passeavam sobre ela, pelo Mar da Tranqulidade. Eu estava lá, testemunha da história, imaginando tudo o que podia estar se passando tal qual fez um dia Julio Verne. E você, por onde andava quando “a águia pousou” ?
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